Dando prosseguimento à
série #MãonaRoda, este post explanará as implicações do significado de ter sido
criado à imagem e semelhança de Deus.
Esta explicação refuta
a negação ao pecado original.
Primeiramente, é
necessário entender que quando o livro de Gênesis diz “imagem e semelhança”,
obviamente, não se está mencionando a formação estrutural física do ser humano,
pois Deus não é matéria. Deus é um ser “energético”, essa “energia” que
constitui Deus chama-se Espírito, “E a
terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Gênesis
1:2. O Espírito de Deus, ou seja, o próprio Deus, possui
atributos muito bem definidos que são visíveis a luz das Escrituras.
Dizer que Deus criou o homem a sua imagem e
semelhança significa dizer que Deus fez do homem um ser espiritual também,
porém com algumas limitações inerentes à criatura. Juntamente com o Espírito
humano, Deus transmite alguns atributos que vêm d’Ele próprio.
Devemos entender a
imagem e semelhança como possuir as mesmas características de Deus, mas de
forma limitada. A capacidade de raciocinar, a capacidade de ligar-se
emocionalmente a outros seres ou coisas, a capacidade de obedecer a princípios
morais, a capacidade de relacionar-se com o mundo espiritual, e a capacidade de
ser imortal (visto que após esta vida, o homem está fadado à condenação ou
salvação eterna).
Diferentemente dos outros seres, possuímos isso porque fomos
criados à imagem e semelhança do Criador.
Ao criar Adão, a imagem
e semelhança de Deus eram refletidas no homem de forma perfeita. Entretanto,
para que os planos de Deus se cumprissem, esse equilíbrio foi quebrado através
do pecado original.
O primeiro pecado é a
primeira vez em que o homem desobedeceu a Deus. Havia apenas uma coisa que Deus
disse que não deveria ser feita no Éden: Adão e Eva não deveriam comer do fruto
da Árvore do Conhecimento. Entretanto, nossos primeiros pais foram incapazes de
cumprir esta simples ordem. Deste momento em diante, a imagem de Deus não foi
totalmente destruída, aniquilada no homem, mas não havia mais o equilíbrio e
perfeição de antes. O homem seria ainda capaz de refletir a imagem de Deus, mas
sempre de forma pervertida, deturpada e distorcida.
A depravação total do
homem se baseia nisso. A partir desse momento, o homem, sozinho, não poderia
agradar a Deus se não fosse ajudado pelo próprio Deus. Neste caso, através da atitude
de Adão e Eva, podemos afirmar com base nas escrituras que o ser humano é mau,
e só pode fazer o bem através da obra de redenção de Deus.
Pelágio da Bretanha não
concordava com isso, assumiu o pecado original como algo não literal e, por
tanto, o ser humano seria bom pela própria natureza. Ele alegava isso dizendo
que se Deus nos criou a imagem e semelhança d’Ele, não poderíamos ser maus. É
claro que isso apresenta uma falha teológica, um entendimento reduzido sobre o
significado de “à imagem e semelhança”, uma interpretação ruim do que Agostinho escreveu a respeito da natureza humana, e, por último, mas não menos importante, ignorar todos os versículos a
baixo.
Eclesiastes 7:29; Romanos 5:7-8;
Romanos 5:12,19; Jó 15:14-16, 25:4-6; Eclesiastes 9:03; Salmo 143:2 ; Gálatas
3:22; Romanos 3:23; Crônicas 6:36; Isaías 53:6;
Conclusão:
ter
sido criado à imagem e a semelhança significa ter alguns atributos de Deus de
forma limitada, o que, por si só, já é uma grandiosa demonstração da Graça de
Deus. Isso de forma alguma deve eliminar a depravação que entrou em nós pelo
pecado original.
Na segunda postagem
sobre o assunto, abordaremos a depravação do homem mais aprofundadamente e como
ela atua paralelamente à Graça da imagem de Deus que refletimos.
Referências:
Infoquadro com atributos de Deus é tradução da Forte Fundamento (referências também na imagem)
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